terça-feira, 30 de agosto de 2011

Carpe Diem.


                Em um mundo em que uma ilusória felicidade é oferecida em códigos de barras sob a forma de etiquetas, sexo livre, formas esculturais obtidas por academia ou bisturi... O desejo de ser feliz foi substituído pelo de parecer feliz e para aqueles que procuram o ser e não o parecer cabe o titulo de louco. Eu me regozijo em ser louco.
                Carpe Diem, expressão latina presente no poema Odes de Horacio, tão explorada pelos literários provavelmente é a formula básica do viver.  Em nossas vidas diárias esquecemos que se vive o hoje, preferimos lamentar o passado e planejar o futuro, aliais adiar a felicidade é comum no capitalismo, planejamos que daqui de 10 anos seremos feliz. Entretanto a felicidade não é um consocio, não se paga durante um determinado prazo para obtê-la ela vem gratuitamente todos os dias em momentos, os quais cabe a nós desfrutar, seja o bater das asas de uma borboleta seja um momento com os amigos.
                Semelhantemente a Lispector  creio que na vida há momentos felizes e tristes, vitorias e fracassos  e devemos saber lidar com eles.  Os sorrisos nos tornam doces e as lagrimas humanos, as montanhas escaladas nos dão esperança e as pedras são inerentes ao caminho. Delas devemos desviar  quando pudermos e quando não levantar-se e aprender com o erro. Viver também é isso, é esta inerente ao fracasso e a tristeza e saber lidar com eles caso advenham, afinal só acerta aquele que não tem medo de errar.
                 A vida é um intervalo de tempo entre o nasce e o morrer e no meio há o viver, sobre as extremidades não temos autoridade, mas temos sobre o meio. Desse demos usufruir a cada momento bom ou ruim, afinal como Lispector disse só sorriem aqueles que choram, um dos motivos que mais me deixam feliz é a compreensão disso de que a vida é feita por momentos e cabe a nos desfrutá-los, carpe diem.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Devolvendo os centavos, combatendo a corrupção.



                Nosso país infelizmente é conhecido por sua histórica corrupção. Ano após ano políticos brasileiros são envolvidos em escândalos, ano após ano vemos a impunidade, ano após ano vemos o nosso país em todas as esferas sociais sua herança colonizadora. Uma significativa parcela da sociedade pretende mudar esse quadro, mas para combater a chaga da corrupção em nossa sociedade devemos conhecer suas raízes e repreendê-las.
                Bertol Brechet escreveu um poema denominado analfabeto político, no qual denuncia a ligação entre a ignorância com a corrupção. Em nossa sociedade vemos essa relação de forma expressiva, muitos não percebem que as cestas básicas distribuídas nas campanhas eleitorais serão as mesmas que faltarão em suas mesas quando aquele candidato for eleito. Precisamos combater a ignorância e com ela o individualismo, é necessário que as pessoas passem a perceber que seus atos influenciam na sociedade, seja uma fila furada, seja um voto vendido.
                O conformismo no que se diz à corrupção é pactuar com ela. Muitos conformam-se com a corrupção, acham algo natural , algo inerente ao homem não vêem problema em furar uma fila. em queimar um sinal, acham natural o preferencialismo e o nepotismo.  O paradoxal é que essas mesmas pessoas que em seu dia-a-dia aceitam a corrupção querem seus direitos. Como exigir seus direitos se não cumpre seus deveres? Não devemos pensar no que todos fazem, mas no que podemos fazer para mudar esse lamentável quadro.
                A ignorância e o conformismo são raízes da corrupção, mas eles não se comparam ao jeitinho brasileiro, uma pratica ignóbil. Infelizmente grande parte da sociedade sempre quer tirar vantagem em algo. Dar-se um jeitinho em não pagar uma multa: suborno, dar-se um jeitinho em pagar menos no imposto de renda: sonegação, dar-se um jeitinho em tudo menos na corrupção.
                A corrupção é uma escada e com pequenos atos corruptos vamos subindo os seus degraus . Enquanto aceitarmos a corrupção, enquanto formos ignorantes e egoístas, enquanto quisermos dar um jeitinho em tudo, a chaga da corrupção continuará atrelada e apodrecendo a sociedade. Como podemos exigir honestidades política se não devolvemos os centavos que vieram a mais no troco? CPIs irão ajudar a combater à corrupção, mas se quisermos apagar essa chaga deveremos negá-la, mesmo que em pequenas ações, pois assim não iremos subir nessa deplorável escada.