sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Apenas existimos?



                Essa pergunta nunca fez tanto sentido quanto em nosso tempo, em nosso mundo, em nossa sociedade. Sociedade essa que a aparência, a mascara que você veste determina quem você é.   Chegamos ao ponto de comprar estilos de vida sob a forma de um produto, de comprarmos felicidade sob a forma de um bebida, chegamos ao ponto de olhar para uma vitrine e não sabermos se passamos da fusão do nosso reflexo na vitrine do produto atrás da vitrine. Em um mundo desses não saber se você é algo mais do que um em sete bilhões é tão comum que ou evita-se pensar nisso ou tenta-se comprar a resposta!
                Esse tema provavelmente seja a mola central de muitas das ciências humanas, a filosofia muitas vezes tenta trabalhá-lo. Ora chega-se a conclusão que somos criaturas de uma força divina; ora que somos um produto da herança genética e do meio; ora que a existência precede a essência e somos nós e nossas experiências que vão moldar o nosso eu; ora chega-se a conclusão nem uma. E ficamos em meio esse tiroteio de pensamentos e saímos feridos. Entramos em crise existencial perguntando para nós mesmos "Quem sou? " muitos de nós saímos dessas crises sem respostas e não fazemos questão de tê-las, pois para isso teremos que refletir e ignorar é mais fácil. Mas não pode-se viver assim, apena sobreviver e muitos de nós temos feito isso. Apenas estamos sobrevivendo nesse mundo, apenas estamos seguindo o reducionismo biológico  "nascer, crescer, reproduzir e morrer."
                O sentimento de ser só mais um em sete bilhões é angustiante, pois nada nos difere do outro no fundo somos o mesmo, no fundo todos apenas existimos e um dia não existiremos mais da mesma forma que um dia não existimos. Então cria-se um vazio, um fosso, um abismo sem fim. Procuramos preenche-lo alguns tentam os mais variados tipos de prazeres, outros tentam filosofias, outros vêem-se sem caminho e procuram as varias evasões, outros a auto afirmação, outros uma entre as varias religiões e outros que na realidade são a maioria não obtendo resposta, não conseguindo preencher procura esquecer, ignorar e viver sua existência até o fim dela tendo momentos de felicidade e se por acaso a duvida retornar a devolvem  para o fundo da mente, mas ignorar não apaga a pergunta.
                Por que existe isso? Qual o objetivo? Não seria mais fácil apenas viver sem se preocupar se você apenas existe? Responder as essas perguntas são tão difíceis quanto responder "apenas existimos?". As respostas podem ser varia e elas vão depender do que você crer, você pode crer que elas são apenas resultado do funcionamento do nosso cérebro racional, da nossa terceira camada cerebral, do nosso neocórtex.  Mas eu prefiro crer que é algo além, eu acredito que essa duvida foi posta em nós, por uma consciência infinitamente superior a nossa conhecida como Deus. No que me baseio? Em minha experiência pessoal e principalmente no que considero ser fios de luz da consciência de Deus, a bíblia.  A parte deste livro no qual me baseio é Ec 3:11 "tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o principio até o fim." O objetivo disso eu desconheço, só sei que toda a vez que tentei preencher esse buraco fui falho, o fato é que não consegui ao menos escutar as minhas tentativas chegando ao fim desse buraco. A terceira pergunta de todas é a única que conheço a resposta, sim seria muito mais fácil. Lagrimas seriam economizadas seria muito bom, mas não é assim a pergunta existe, o vazio existe e por mais que tentamos ignorá-lo hora ou outra iremos voltar a derramar lagrimas mesmo que isso demore anos  e toda nossa fortaleza cairá.
                Apenas existimos? Somos apenas isso e nada mais? Se quisermos isso sim, se quisermos podemos nos tratar como apenas animais um pouco mais evoluídos e mais nada. Se quisermos podemos ser um produto do meio como falam os deterministas, ou podemos ser donos do nosso próprio destino como dizem os existencialistas. Na verdade podemos ser o que quisermos, ter a resposta que quisermos, mas não necessariamente será a resposta verdadeira.  Eu creio que o sentido de nossa existência transcende o só existir. Ao meu ver nós existimos, mas não apenas. Somos algo mais, somos seres dotados do livre arbítrio com traços mesmo que mínimos de uma consciência que transcende o tempo e o espaço, enfim somos filhos de Deus. Podemos estar afastados da natureza inicial, podemos estar maculados, mas isso um dia vai mudar  e poderemos saber o que somos além existir. Por enquanto eu não tenho a resposta, por enquanto ao menos sei quem sou, ao menos conheço substancialmente a minha essência só de uma coisa eu sei: eu não apenas existo, nós não apenas existimos. O que exatamente somos fora isso? Por que fomos criados? Para que existimos? Para que fomos salvos? Essas perguntas não possuo resposta não sei se tê-las-ei ainda nessa Terra, mas sei que elas poderão ser respondidas na eternidade essas e mais algumas que acumulei em minha bagagem durante a minha curta existência. Existência essa que levou-me a escrever estas palavras, pois após inúmeras frustrações percebi que eu não apenas existo.  

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