sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Apenas existimos?



                Essa pergunta nunca fez tanto sentido quanto em nosso tempo, em nosso mundo, em nossa sociedade. Sociedade essa que a aparência, a mascara que você veste determina quem você é.   Chegamos ao ponto de comprar estilos de vida sob a forma de um produto, de comprarmos felicidade sob a forma de um bebida, chegamos ao ponto de olhar para uma vitrine e não sabermos se passamos da fusão do nosso reflexo na vitrine do produto atrás da vitrine. Em um mundo desses não saber se você é algo mais do que um em sete bilhões é tão comum que ou evita-se pensar nisso ou tenta-se comprar a resposta!
                Esse tema provavelmente seja a mola central de muitas das ciências humanas, a filosofia muitas vezes tenta trabalhá-lo. Ora chega-se a conclusão que somos criaturas de uma força divina; ora que somos um produto da herança genética e do meio; ora que a existência precede a essência e somos nós e nossas experiências que vão moldar o nosso eu; ora chega-se a conclusão nem uma. E ficamos em meio esse tiroteio de pensamentos e saímos feridos. Entramos em crise existencial perguntando para nós mesmos "Quem sou? " muitos de nós saímos dessas crises sem respostas e não fazemos questão de tê-las, pois para isso teremos que refletir e ignorar é mais fácil. Mas não pode-se viver assim, apena sobreviver e muitos de nós temos feito isso. Apenas estamos sobrevivendo nesse mundo, apenas estamos seguindo o reducionismo biológico  "nascer, crescer, reproduzir e morrer."
                O sentimento de ser só mais um em sete bilhões é angustiante, pois nada nos difere do outro no fundo somos o mesmo, no fundo todos apenas existimos e um dia não existiremos mais da mesma forma que um dia não existimos. Então cria-se um vazio, um fosso, um abismo sem fim. Procuramos preenche-lo alguns tentam os mais variados tipos de prazeres, outros tentam filosofias, outros vêem-se sem caminho e procuram as varias evasões, outros a auto afirmação, outros uma entre as varias religiões e outros que na realidade são a maioria não obtendo resposta, não conseguindo preencher procura esquecer, ignorar e viver sua existência até o fim dela tendo momentos de felicidade e se por acaso a duvida retornar a devolvem  para o fundo da mente, mas ignorar não apaga a pergunta.
                Por que existe isso? Qual o objetivo? Não seria mais fácil apenas viver sem se preocupar se você apenas existe? Responder as essas perguntas são tão difíceis quanto responder "apenas existimos?". As respostas podem ser varia e elas vão depender do que você crer, você pode crer que elas são apenas resultado do funcionamento do nosso cérebro racional, da nossa terceira camada cerebral, do nosso neocórtex.  Mas eu prefiro crer que é algo além, eu acredito que essa duvida foi posta em nós, por uma consciência infinitamente superior a nossa conhecida como Deus. No que me baseio? Em minha experiência pessoal e principalmente no que considero ser fios de luz da consciência de Deus, a bíblia.  A parte deste livro no qual me baseio é Ec 3:11 "tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o principio até o fim." O objetivo disso eu desconheço, só sei que toda a vez que tentei preencher esse buraco fui falho, o fato é que não consegui ao menos escutar as minhas tentativas chegando ao fim desse buraco. A terceira pergunta de todas é a única que conheço a resposta, sim seria muito mais fácil. Lagrimas seriam economizadas seria muito bom, mas não é assim a pergunta existe, o vazio existe e por mais que tentamos ignorá-lo hora ou outra iremos voltar a derramar lagrimas mesmo que isso demore anos  e toda nossa fortaleza cairá.
                Apenas existimos? Somos apenas isso e nada mais? Se quisermos isso sim, se quisermos podemos nos tratar como apenas animais um pouco mais evoluídos e mais nada. Se quisermos podemos ser um produto do meio como falam os deterministas, ou podemos ser donos do nosso próprio destino como dizem os existencialistas. Na verdade podemos ser o que quisermos, ter a resposta que quisermos, mas não necessariamente será a resposta verdadeira.  Eu creio que o sentido de nossa existência transcende o só existir. Ao meu ver nós existimos, mas não apenas. Somos algo mais, somos seres dotados do livre arbítrio com traços mesmo que mínimos de uma consciência que transcende o tempo e o espaço, enfim somos filhos de Deus. Podemos estar afastados da natureza inicial, podemos estar maculados, mas isso um dia vai mudar  e poderemos saber o que somos além existir. Por enquanto eu não tenho a resposta, por enquanto ao menos sei quem sou, ao menos conheço substancialmente a minha essência só de uma coisa eu sei: eu não apenas existo, nós não apenas existimos. O que exatamente somos fora isso? Por que fomos criados? Para que existimos? Para que fomos salvos? Essas perguntas não possuo resposta não sei se tê-las-ei ainda nessa Terra, mas sei que elas poderão ser respondidas na eternidade essas e mais algumas que acumulei em minha bagagem durante a minha curta existência. Existência essa que levou-me a escrever estas palavras, pois após inúmeras frustrações percebi que eu não apenas existo.  

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A máscara


       
           Na primeira vez que coloquei esta máscara jamais imaginei que não conseguiria tirá-la. Jamais pensei que deixaria de ser um Houyhnhm para me tornar um Yahoo. Jamais presumi que o meu Eu seria substituído pela máscara que vestia. Uma imagem! Tornei-me apenas isso uma imagem vazia de essência no limiar da existência composta apenas de aparência.
            Talvez o começo da minha queda tenha sido a primeira vez que vi meu reflexo. Eu o vi em uma lamina de água e em um primeiro momento não me reconheci, aquela aparência não era a minha, mas eu a apreciava. Aquela projeção sorria para mim e eu correspondia sorrindo naquele momento senti vontade de me tornar aquela imagem. Hoje eu sei que aquela imagem não era apenas um mero reflexo físico de mim, mas um reflexo do que eu queria ser, ou melhor do que queriam que eu fosse.
            Fisicamente eu era um humano, mas essencialmente não. Minhas ações não eram humanas, como eu poderia aprender sobre os humanos se ao menos conseguia parecer um? Se ao menos conseguia ser aceito? Então tentei ser um humano, imitei seus atos e seus vícios. Aprendi a mentir, entreguei a soberba, a ganância, a ira, a inveja... e cada vez mais sentia-me mais próximo  da minha imagem do que da minha essência. Não percebia que eu não estava imitando o homem, mas me tornando um.
            Percebi que não bastava eu ser humano para ser aceito eu precisava fazer mais. O ponto crucial para isso foi: tornar-me a projeção que os outros homens queriam. Agora os traços de minha quase exaurida essência foram trancafiados e tentei ser o que o grupo pedia. Vesti-me de aparência, agi com atos predefinidos, disse o que queriam escutar, tornei-me o que queriam e fui aceito. O custo foi alto: minha essência hoje vaga pelo esquecimento, não sei quem sou, pois sou apenas uma projeção do que querem que eu seja. Se Narciso se confundiu com sua  imagem hoje me confundo com o outro, pois ambos somos a mesma coisa: uma máscara, uma imagem.
             Como deixei de ser um Houyhnhm, fui exilado no mundo em que me perdi. À minha antiga espécie além de relatar a  minha metamorfose disse algo que ainda não sabiam do homem. O homem na maioria das vezes escolhe seu caminho, se eu me tornei uma imagem foi porque eu quis. Talvez o que me falte seja o mesmo o que falta a vários homens: Recuperar o meu Eu e ser o que sou e não uma projeção do que querem que eu seja.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Direito é direito e pessoas são pessoas.


                Corredores lotados, adolescentes tendo o parto assistidas por uma enfermeira, vitimas de acidente de trânsito com ferimentos expostos ao lado de tuberculosos. Típica rotina de um hospital mantido pelo Estado. Nosso sistema de saúde publico -igualmente a nossa educação- está falido e as previsões de melhoras são poucas para dizer nem uma. Quem é o responsável? Os médicos desumanos? o Estado inoperante? A população que aceita passivamente?
                Na noite de formatura do curso de medicina tradicionalmente os formandos fazem o juramento de Hipócatres , no qual juram pelos deuses -ou pelo que quiserem- que assistirão a qualquer um que precisar e sempre estarão do lado da vida, no enquanto levando em consideração a atual conjuntura do SUS parece que alguns -ou muitos- esqueceram do que juraram.  Mas afinal que qualidade se espera de um profissional de jornada tripla? De um profissional sem aparo material para realizar seu trabalho?
                Saúde e educação típica promessa da maior parte dos nossos políticos. Pena que apenas fica no plano da promessa. Mas porque culpá-los? Afinal em um Estado hipoteticamente de orientação neoliberal o Estado corta gastos, tem pouca verba e existem projetos mais prioritários que investir no SUS como: Estádios e aeroportos. O Estado é culpado pela falta de planejamento, estrutura física e humana precário do sistema publico de saúde o que acarreta na péssima qualidade do serviço prestado. Mas a uma questão a se indagar: Vivemos em uma democracia, nossos representantes do executivo e legislativo não chegaram ao poder sozinhos. Quem colocou-os lá senão a sociedade?
                 A sociedade, principalmente a parcela mais pobre sofre com o desdém destinado ao serviço publico de saúde: hospitais lotados, falta de medicamentos, falta de profissionais, péssimo atendimento... Entretanto nesse caso a vitima está sentando no banco dos réus. Culpada por causa de sua passividade e corrupção no ato do voto. O mais incongruente é que vende-se voto a troco de consulta medica.
                Enquanto os médicos verem seus pacientes unicamente como fonte de riqueza. Enquanto o Estado não priorizar a Saúde. Enquanto a sociedade for passiva. E principalmente enquanto saúde for produto. Nosso sistema de saúde permanecerá caótico e desumano. A solução vai além de cursos para os médicos tratarem bem seus pacientes, vai além da contratação de psicólogos para os hospitais, vai além da ampliação do serviço prestado. A solução é tratar a saúde de acordo com a constituição, ou seja como direito e não como produto. Talvez nossa visão neo-liberalista tenha uma certa aversão à isso, mas não é apenas Cuba que possui um sistema publico de saúde que funciona países como França e Noruega também. Claro que o caminho é longo, mas nunca chegaremos lá se não dermos o primeiro passo. Direito é direito e pessoas são pessoas.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Bêbados em busca de Vinho.



Somos bêbados sedentos
cambaleando em busca de Vinho.
Temos sede, queremos saciar.

Alguns bebem todo o vinho que ganham
outros guardam para desfrutar em um incerto amanha.
Uns poucos produzem
esses usufruem de todos os gozos.
Outros empenham-se em nos gerar sede
figuras de lábios úmidos da doce bebida dos deuses
lábios esses que nos gera sede.

Quão doce.
Quão desejável.

Por esse vinho tudo fazemos.
Por ele matamos.
Por ele roubamos.
Por ele dominamos.

Esse Vinho é ouro: Negro e Dourado.
Esse Vinho é um emblema.
Esse Vinho move o mundo.
Esse Vinho é dado como a felicidade.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Carpe Diem.


                Em um mundo em que uma ilusória felicidade é oferecida em códigos de barras sob a forma de etiquetas, sexo livre, formas esculturais obtidas por academia ou bisturi... O desejo de ser feliz foi substituído pelo de parecer feliz e para aqueles que procuram o ser e não o parecer cabe o titulo de louco. Eu me regozijo em ser louco.
                Carpe Diem, expressão latina presente no poema Odes de Horacio, tão explorada pelos literários provavelmente é a formula básica do viver.  Em nossas vidas diárias esquecemos que se vive o hoje, preferimos lamentar o passado e planejar o futuro, aliais adiar a felicidade é comum no capitalismo, planejamos que daqui de 10 anos seremos feliz. Entretanto a felicidade não é um consocio, não se paga durante um determinado prazo para obtê-la ela vem gratuitamente todos os dias em momentos, os quais cabe a nós desfrutar, seja o bater das asas de uma borboleta seja um momento com os amigos.
                Semelhantemente a Lispector  creio que na vida há momentos felizes e tristes, vitorias e fracassos  e devemos saber lidar com eles.  Os sorrisos nos tornam doces e as lagrimas humanos, as montanhas escaladas nos dão esperança e as pedras são inerentes ao caminho. Delas devemos desviar  quando pudermos e quando não levantar-se e aprender com o erro. Viver também é isso, é esta inerente ao fracasso e a tristeza e saber lidar com eles caso advenham, afinal só acerta aquele que não tem medo de errar.
                 A vida é um intervalo de tempo entre o nasce e o morrer e no meio há o viver, sobre as extremidades não temos autoridade, mas temos sobre o meio. Desse demos usufruir a cada momento bom ou ruim, afinal como Lispector disse só sorriem aqueles que choram, um dos motivos que mais me deixam feliz é a compreensão disso de que a vida é feita por momentos e cabe a nos desfrutá-los, carpe diem.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Devolvendo os centavos, combatendo a corrupção.



                Nosso país infelizmente é conhecido por sua histórica corrupção. Ano após ano políticos brasileiros são envolvidos em escândalos, ano após ano vemos a impunidade, ano após ano vemos o nosso país em todas as esferas sociais sua herança colonizadora. Uma significativa parcela da sociedade pretende mudar esse quadro, mas para combater a chaga da corrupção em nossa sociedade devemos conhecer suas raízes e repreendê-las.
                Bertol Brechet escreveu um poema denominado analfabeto político, no qual denuncia a ligação entre a ignorância com a corrupção. Em nossa sociedade vemos essa relação de forma expressiva, muitos não percebem que as cestas básicas distribuídas nas campanhas eleitorais serão as mesmas que faltarão em suas mesas quando aquele candidato for eleito. Precisamos combater a ignorância e com ela o individualismo, é necessário que as pessoas passem a perceber que seus atos influenciam na sociedade, seja uma fila furada, seja um voto vendido.
                O conformismo no que se diz à corrupção é pactuar com ela. Muitos conformam-se com a corrupção, acham algo natural , algo inerente ao homem não vêem problema em furar uma fila. em queimar um sinal, acham natural o preferencialismo e o nepotismo.  O paradoxal é que essas mesmas pessoas que em seu dia-a-dia aceitam a corrupção querem seus direitos. Como exigir seus direitos se não cumpre seus deveres? Não devemos pensar no que todos fazem, mas no que podemos fazer para mudar esse lamentável quadro.
                A ignorância e o conformismo são raízes da corrupção, mas eles não se comparam ao jeitinho brasileiro, uma pratica ignóbil. Infelizmente grande parte da sociedade sempre quer tirar vantagem em algo. Dar-se um jeitinho em não pagar uma multa: suborno, dar-se um jeitinho em pagar menos no imposto de renda: sonegação, dar-se um jeitinho em tudo menos na corrupção.
                A corrupção é uma escada e com pequenos atos corruptos vamos subindo os seus degraus . Enquanto aceitarmos a corrupção, enquanto formos ignorantes e egoístas, enquanto quisermos dar um jeitinho em tudo, a chaga da corrupção continuará atrelada e apodrecendo a sociedade. Como podemos exigir honestidades política se não devolvemos os centavos que vieram a mais no troco? CPIs irão ajudar a combater à corrupção, mas se quisermos apagar essa chaga deveremos negá-la, mesmo que em pequenas ações, pois assim não iremos subir nessa deplorável escada. 

terça-feira, 31 de maio de 2011

Dissipando as trevas.

            Vitctor Hugo, Confúcio e Shakespeare são exemplos de grandes pensadores que refletiram sobre a ignorância, todos eles convergiram à uma definição: Ignorância é treva. Na treva igualmente na ignorância não pode-se enxergar, logo esta é um fator determinante para a alienação. Seria através do combate à ignorância que faríamos uma sociedade melhor?
            Bertolt Brecht escreveu um poema denominado Perguntas de um operário letrado, onde o eu lírico questiona a forma como é contada a historia, que mostra apenas os lideres e o povo conquistador dos grandes feitos é esquecido. Isso é comum, cria-se imagens de homens como soberanos, mas Napoleão precisou de um exercito para suas conquistas. O controle da informação é uma forma de manter a ignorância, por seguinte alienar. A elite sendo conhecedora desse fato utiliza-o. Muitos por acabam aceitar o pão e circo e perdem a oportunidade de uma sociedade melhor.
            Mia Couto em 2003 enviou uma carta ao presidente Bush, questionando a sua justificativa para a guerra do Iraque. As nações que comandam o mundo tenta alienar todos, encontram justificativas para seus atos e fazem o mundo ver-los com bons olhos. Os EUA invadiu o Iraque em 2003 atrás de armas de destruição em massa e as encontrou: a fome e a miséria resultantes daDis ações ocidentais. Quem percebeu isso? Poucos, a maioria aceitou e celebrou a queda do ex-aliado americano Saddam Hussein.
            Nossos valores são resultado da interação com a sociedade e muitas vezes ele é moldado pela elite. Preferisse uma ida ao shopping do que ao museu, preferisse  musicas quase pornográficas a Mozart, preferisse ser um alienado do que um pensador. Recusasse a luz aceitasse as trevas, vivemos na cidade de Saramago, cegos de nossa realidade.
             Alienados caminhando no escuro nada farão para mudar sua sociedade, a única solução que existe e dar-lhes luz, mas enquanto a grande massa correr da luz como baratas nada de significativo acontecerá. Precisamos mudar valores e quebrar paradigmas, só através da educação que dissiparemos a ignorância. A leitura e o estudo não devem ser vistos como enfadonhos, mas sim como meio de retermos conhecimento para fundamentar o nosso pensamento, para nós mudar e por seguinte a sociedade. 

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Nós ainda vivemos em uma sociedade que defende o preconceito racial?


"1º Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
2º  Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,  religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. " (Declaração Universal dos Direitos Humanos)
"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:" (Constituição brasileira de 1988)
            Nossa constituição defende a igualdade independente das diferenças, de qualquer natureza. O racismo no Brasil é inconstitucional, considerado crime, mas ainda temos alguns indivíduos racistas em nossa sociedade.
            O racismo esteve presente durante muitos anos na sociedade brasileira, fruto da colonização. Mas é no século XIX que vermos uma crescente onda racista, influenciada por novas doutrinas que foram surgindo, estudos 'cientificos' que grarantiam a superioridade branca sobre  as demais raças. Obras como Essai sur l'inégalité des races humaines (Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas) do Frances Joseph Arthur de Gobinea defende a superioridade branca sobre as outras raças, Joseph inclusive era contra a miscigenação acreditava que ela provocaria uma degradação humana, o que pode ser evidenciada na seguinte frase "Não creio que viemos dos macacos mas creio que vamos nessa direção." No reinado de Dom Pedro II, conde Gobinea veio ao Brasil em uma visita diplomática, não viu com bons olhos as misturas raciais presentes em nossa sociedade, ele acreditava que a sociedade brasileira seria degenerada resultando em pardos e mestiços degenerados e esteries. Para Joseph de Gobinea a única solução seria uma imigração européia para 'elevar' a raça brasileira, pode ser evidenciado  esse pensamento no trecho do livro Brasiliana de autoria de Joseph. "Mas se, em vez de se reproduzir entre si, a população brasileira estivesse em condições de subdividir ainda mais os elementos daninhos de sua atual constituição étnica, fortalecendo-se através de alianças de mais valor com as raças européias, o movimento de destruição observado em suas fileiras se encerraria, dando lugar a uma ação contrária." (de Gobinea, Joseph, Brasiliana, Pag. 74).
            Apos 1888 com a abolição da escravatura, ocorreu uma grande massa de predominantemente negros ex-escravos: desempregados, sem recursos e sem para onde ir. Tiveram que se submeter a empregos, os quais eram rejeitados por todos, a sociedade na época não se interessou em ingressar o negro na sociedade. Muitas fazendas perderam sua mão de obra, mas não quiseram contratar negros, preferiram embranquecer a raça trazendo italianos, alemãs e austríacos, para trabalharem nas fazendas cafeeiras.
            O negro e o mestiço sofreram ao longo de anos discriminação e preconceito, sempre eram vistos como subalternos de brancos, vistos como inferiores. Como os negros/mestiços não foram inclusos em um primeiro momento na economia brasileira sofreram uma grande desvantagem em  relação ao branco, muitos negros/mestiços tiveram que habitar áreas envolta da cidade, áreas que se tornaram as atuais favelas com todos seus vícios. Apos isso alem de ser visto como subalterno passou a ser visto como sinônimo de criminoso perigoso, pelo fato de parte dos criminoso serem mestiços/negros, mas entenda eles não são criminosos por causa de sua cor. Eles foram pessoas sem oportunidades, que seguiram um caminham contrario a lei, mas não tiveram oportunidades por uma política de dois séculos atrás.
            Ate pouco tempo, a cultura Brasileira era preconceituosa, as novelas traziam os personagens principais brancos, e ou negro/mestiços eram subalternos. As propagandas eram escolhidas pessoas brancas. Varias instituições escolhiam brancos para trabalharem com o publico pois o branco passaria uma maior segurança, já que o branco na ideologia da época era superior as outras raças. O branco era mais instruído, educado e inteligente. Tudo uma grande farsa, um vicio na sociedade herança de uma historia manchada de sangue.
            Mesmo que o preconceito racial tenha reduzido consideravelmente, ainda temos um pouco incrustados na sociedade, uma sociedade resultante da miscigenação, brancos no período colonial misturaram-se com negros (claro que na maioria dos casos foi estrupo, escravas eram estrupadas por seu senhor, pesquisas genéticas podem comprovam essa tese) temos uma sociedade constituída de maioria mestiços, mas que se auto declaram branco por causa de um preconceito ainda existente, infelizmente o ser branco ainda é visto como sinal de status, observe a seguinte tabela:


Porcentagem (%)
2000[159]
2008[160]
53,7%
48,4%
6,2%
6,8%
38,5%
43,8%
0,4%
0,6%
0,4%
0,3%
Não declarados
0,7%
0,1%
Essa tabela é resultado é resultado da  Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), nela vemos com aproximadamente 50% da sociedade brasileira composta por brancos, apresentar isso é negar o Brasil como um país multicultural, que ao longo dos anos sofreu miscigenação. Essa pesquisa foi feita por auto-declaração, a maior parte da sociedade vê a sua raça levando em conta a cor da pele, não leva em consideração a cor dos olho, a cor e a textura do cabelo. Não leva em consideração seu passado genético, talvez essa pesquisa não sirva para revelar a etnia brasileira, mas para revelar o quanto o brasileiro ainda é racista.
O preconceito não levara a lugar nem um, a raça pura muito menos. Grupos neo-nazista espalham o terror no centro-sul contra nordestinos, negros, índios e mestiços. Seguem uma ideologia mais do que falida, apresentam argumentos vagos. Na esfera cientifica encontramos alguns teóricos que ainda hoje defendem a diferença de inteligência entre as raças, a destacar Richard Lynn (cientista britânico) que defende diferença de inteligência entre as raças e os gêneros. Ele esquece de analisar os fatores sociais, então suas amostragens são tendenciosas, logo não podem ser tratadas como cientificas.
Mesmo em pleno século XXI vivemos em uma sociedade racialmente preconceituosa, o brasileiro com mais de um século como nação ainda não quer reconhecer, que ele é fruto de misturas inter-raciais, não a problema algum em ser mestiço, diferenças de cor/raça não determinam em hipótese um diferença que deve ser tratada como casta.
Levando em consideração o que foi apresentando podemos concluir que, a sociedade brasileira é paradoxal pois é fruto de misturas inter-raciais, mas ainda é preconceituosa. Todo o brasileiro devia ver sua nação como o quadro Operários, de Tarsila do Amaral. Talvez esse seja o melhor quadro pra caracterizar a nação brasileira. Uma sociedade miscigenada e multicultural.















Somos todos índios, brancos e negros.

A sociedade brasileira é uma sociedade multicultural e multirracial, o negro é uma das peças dessa sociedade, e um dos objetos de estudo mais apreciados pela sociologia brasileira, por entre outros fatores de ter participado sem querer e por ter sido marginalizado desde a escravidão.
                No período colonial o trafico negreiro tornou-se algo lucrativo, vários  negros vieram da África para o Brasil a contra gosto, para trabalhar na colônia. Ao chegar no Brasil trouxe consigo uma bagagem cultural, que foi tratada como produto do demônio, logo o negro teve de esconder sua identidade cultural para não ser punido. Foi discriminado e marginalizado em uma senzala, foi açoitado. Para manter uma colônia e um colonizador.
                Em 1888 foi liberto, mas não ganhou as mínimas condições para viver, nem sequer um pedaço de terra, teve que viver na margem da sociedade em trabalhos subalternos. Com a industrialização, alguns tiveram a oportunidade de trabalhar em uma industria, esses passaram a viver em áreas ao redor da cidade, áreas sem infra-estruturar, áreas que se tornariam as favelas.
                Apos a criação das favelas e seus vícios o negro ganhou um novo rotulo, criminoso. Pelo simples fato de alguns cometerem delitos, a imagem do negro era cada vez mais degradada e a do branco exaltada. Por muito tempo empresas contratavam apenas brancos pra trabalharem com o publico, pois o branco repassava um segurança maior, o branco era mais capacitado, inteligente e confiável. Puro racismo.
                O negro conseguiu ser reconhecido, em parte. Sua cultura ainda serve de deboche, sua cor é tratada como desvantagem, seus nomes originais  'ninguém' pretende colocar em seus filhos, um nome europeu soa melhor, 'ninguém' valoriza a vasta cultura afro-brasileira, preferem a euro-brasileira, os falantes de línguas africanas no Brasil são pouquíssimos, européia todos os brasileiros falam pelo menos uma a materna a herança colonial. De herança ganhamos mais do que uma língua mais uma carga de preconceito, auto declarasse negro em alguns casos é considerado vergonhoso, mas por que? Por causa de uma herança.
                É inegável que o Brasil é resultado da miscigenação racial e cultural, todo o brasileiro é miscigenado se não for na genética na cultura, mas o brasileiro é paradoxal, pois mesmo sendo uma miscigenação exalta o europeu o branco, esquece que é fruto de uma mistura.
                Hoje o negro continua sendo marginalizado, mas eu uma escala menor. Infelizmente o brasileiro ainda não aprendeu que é resultado de uma mistura. Se afirmam que o negro é menos capaz, ignorante e sem instrução, quem afirma auto-declarasse desconhecedor da historia de seu país de seu povo, ele auto declarasse ignorante quanto a miscigenação a antropofagia social, desconhecedor que "Todo brasileiro, mesmo o alvo, de cabelo louro, traz na alma, quando não na alma e no corpo, a sombra, ou pelo menos a pinta, do indígena e/ou do negro." — Gilberto Freyre
                

Analise do Avatar


            Avatar, talvez seja um dos filmes de maior sucesso dos últimos anos, dirigido por James Francis Cameron, tem seu enredo no ano de 2154 e é baseado em um conflito em Pandora, uma das luas de Polifemo, um dos três planetas gasosos fictícios que orbitam o sistema Alpha Centauri. Em Pandora, os colonizadores humanos e os Na'vi, nativos humanoides, entram em guerra pelos recursos do planeta e a continuação da existência da espécie nativa.  O título do filme refere-se aos corpos Na'vi-humanos híbridos, criados por um grupo de cientistas através de engenharia genética, para interagir com os nativos de Pandora. A partir desse sucesso de bilheterias podemos retirar uma serie de reflexoes para nossos dias.

            A razão do homem estar nesse planeta é o fato de que o subsolo do planeta é rico em Unobtainium um metal fictício, cujo o quilograma custa 2 bilhões de dólares esse metal desperta a ganância humana, entretanto existe uma raça de humanóides chamado Na´vi os quais são subjugados pelo homem por se tratar de um ser involuido tecnologicamente, esses seres tornam-se contrarios as extrações de Unobtainium, já que para isso o homem necessitava destruir o planeta.
            Junto com a mineradora foi uma força paramilitar liderada pelo general Quaritch que ver os Na´vi como uma ameaça e em um dado momento do filme faz uma investida militar contra os Na´vi.

            O filme retrata diversos defeitos humanos entre eles a cobiça, mesmo o filme sendo retratado em 2154 o homem parece não ter mudado muito, continua altamente destrutivo e ganancioso, mas algo diferente acontece um ex-fuzileiro paraplégico  Jake Sully substitui seu irmão cientista no projeto Avatar e passa a conviver os Na´vi e com o tempo passa a ver com outros olhos o planeta, ele se apaixona pelo povo e pelo planeta  e torna-se o líder da revolta contra os humanos.
            Um dos motivos pelo qual Jake se apaixonou pelo planeta é o fato de que os Na´vi vivem em total harmonia com o planeta retirando da natureza só o necessário para sobreviver, essa nova filosofia de vida levou Jake a repensar em seus valores e a sua missão naquele planeta.
            Varias frases acabam retratando questões ecológicas  que rebatam nossa realidade terrestre, como exemplo uma frase da cientista chefe do projeto Avatar a Dra. Grace Augustine "[...] a riqueza desse planeta não está no subsolo, mas em todo o lugar." essa frase pode ser aplicado na Terra, o homem esquece de observa a riqueza a sua volta, e procura destruir para obter aquilo que ele considera riqueza, outra frase que demostra como o homem se auto intitula detentor da natureza "[...] o povo do céu nos deu uma mensagem de que eles podem fazer o que quiser e ninguem pode impedir[...]" em um dado momento Jake fala a Eywa (uma especie de divindade dos Na´vi) sobre a natureza humana e o que eles fizeram com seu planeta e fariam com esse novo "[...] veja o mundo de onde viemos eles destruiram a mãe e faram o mesmo aqui." e uma das ultimas frases do filme a qual faz ao mesmo tempo uma critica e um alerta "[...] e os alieniginas voltaram para seu planeta condenado[...]" a qual percebemos que se o homem não mudar a sua mentlidade, logo a Terra estará condenanda, é possivelmente a frase que melhor indetifica o homem é " é impossivel encher um copo que já está cheio".
            O filme traz claramente uma mensagem ecologica, a onde  coloca em xeque a relação da  ideologia  progressista humana  com a proteção do meio ambiente, que nem sempre é uma relaçao harmonica, no filme de um lado está o homem querendo o Unobtainium do outro está os nativos querendo preserva seu mundo, hoje esse conflito pode ser vivenciado na Terra nos muitos conflitos entre os progressistas e os ambientalistas, devemos aprender um pouco com os Na´vi de Pandora de 2154 e aplicar nos humanos da Terra de 2010.
            O Avatar é sem duvida um dos filmes de maior sucesso dos ultimos anos, ele é rico em efeitos especiais, vencedor de 3 oscares e traz em si uma reflexão para nossos dias, e os primeiros resultados já podem ser observados como o projeto de plantiou de 1.000.000 de mudas que o site avatar está promovendo, para maiores informaçoes acesse: www.avatarfilme.com.br

Água engarrafada

quando penso nesse fato, a primeira idéia que me vem à mente quantas garrafas plásticas eu já usei em minha vida, e quantas eu descartei, fazendo as contas cerca de 4 a 5 por mês vezes 12, é igual a 60 vezes 15, igual a 900 pelo menos 
            As garrafas plásticas são praticas, e são encontradas praticamente em todos os locais que você for, ela e largamente utilizada no mundo, por exemplo nos EUA só o consumo semanal de garrafas daria para dar 5 voltas na Terra se essas garrafas fossem alinhadas.
            A água engarrafada custa cerca de 1000 vezes mais que o preço da água de torneira um bom exemplo e na Califórnia que a água de torneira tem uma boa qualidade e o metro cúbico custa 50 centavos e a água engarrafada US$ 500 o metro cúbico, cada garrafa plástica demora cerca de 400 anos para se decompor. Mesmo tendo vários dados por qual motivo usamos as garrafas plásticas, possivelmente seja por causa de sua praticidade ou pela segurança já que no Brasil não é muito seguro ingerir água da torneira.
            Hoje gastasse cerca de 3,2 decilitros de petróleo para trazer a garrafa plástica ate o consumidor final pode parecer pouco mais esse multiplicado por todas as garrafas produzidas em um ano da cerca de 17.000.000 de litros de petróleo, algo que 80% acabam em lixões, outra parte acaba sendo incinerada liberando gases tóxicos, o que sobra é reciclado, então por ano são jogados fora cerca de 13.600.000 litros de petróleo, sem contar com as 2.500.000 de toneladas de CO2 que são lançados na atmosfera graças a fabricação garrafas plásticas.
            Existe uma enorme ilha de lixo no Pacifico onde boa parte e feita de nada mais e nada menos que garrafas PET, as mesmas utilizadas na água engarrafada, essa ilha e formada graças as correntes marinhas e é possível encontrar garrafas de água do mundo inteiro.
            Pode-se alegar que as garrafas plásticas são um mau necessário, já que a água de torneira não é segura para o consumo humano, mas hoje a água engarrafada não é mais tão segura assim, então a opção mais ecológica e saudável são os filtros, os quais hoje tem uma enorme eficiência, por exemplo existem filtros que utilizam processo de osmose e raios ultravioletas que alem de retirar bactérias e protozoários retira também possíveis metais pesados, mas ainda pode-se contestar que não é em toda a esquina que tem um filtro, mas em toda a esquina tem um ambulante vendendo água, nesse caso a melhor opção são as garrafas reutilizáveis, aqueles que você pode encher antes de sair de casa, países de 1º mundo como a Suíça já esta sendo adotando essa alternativa.
            Vários países vem limitando as águas engarrafadas como e o caso dos EUA que em alguns estados repartições publicas vem limitando o uso de água engarrafada e em algumas cidades estão proibidas como em Bundanoon, uma cidade australiana que proibiu a venda de água engarrafada e distribuiu pela cidade diversos bebedores.
            Se existe tantas possibilidades até mais saldáveis do que as águas engarrafadas porque elas continuam sendo utilizadas, talvez a resposta mais correta seja o fato da mídia bombardeia o mundo com campanhas publicitárias um bom exemplo é as empresas Fijie e a Nestle que fizeram uma campanha nacional nos EUA a favor da água engarrafada.

O consumo de água engarrafada traz conseqüências gritantes para o meio ambiente e existem possíveis alternativas como a utilização de garrafas reutilizáveis, podemos ainda utilizar os 3 R, reduzir, recusar e reciclar as garrafas plásticas.
            se quiser saber mais sobre a água engarrafada acesse: http://medindoagua.wordpress.com/2010/03/14/historia-da-agua-engarrafada/ e assista o vídeo sobre a historia da água engarrafada.


SUSTENTABILIDADE, PLANTE ESSA IDEIA.

Sustentabilidade, plante essa ideia.

            Sustentabilidade é uma palavra muito citada nos dia de hoje, ele esta nos jornais, na televisão, em livros. Boa parte da sociedade é a favor dessa pratica, mas o que é sustentabilidade?
            Partindo do conceito sustentabilidade é segundo o relatório de Relatório Brundtland " O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.", em suma sustentabilidade é uma proposta de configurar a sociedade, de tal forma que ela possa preencher suas necessidades e ainda garantir para as gerações futuras os recursos naturais.
            Uma ideia erronia que se tem na sociedade é que a sustentabilidade se preocupa apenas com a preservação do meio ambiente, na verdade a sustentabilidade tenta conciliar a dimensão econômica, com a dimensão social, com a ambiental.

Existe hoje uma pressão muito grande em todos os governos, para que eles tomem medidas sustentáveis, principalmente medidas em relação a produção de energia, hoje existe  tecnologias alternativas para a produção de energia, as chamadas energias limpas, ainda que caras e pouco eficientes, alguns países da Europa já começou a adotá-las um bom exemplo são algumas eco vilas alemãs que utilizam somente energia solar, hoje no Brasil, já existem campos de geradores eólicos, a questão é que a eficiência desses geradores ainda é baixa, então não é possível substituir as nossa onipotente  hidroelétricas, por essas tecnologias menos prejudiciais ao meio.
             O Brasil é pioneiro na produção de bio-combustíveis os quais tem uma taxa de enxofre inferior aos combustíveis fosseis, assim diminuindo o processo de chuvas acidas.
            Não deve ser apenas os governos que devem estar procurando medidas sustentáveis para preservar o planeta, mas a humanidade em geral, hoje vários cientistas apresentam teses de que o homem está alterando a dinâmica da Terra e as conseqüências estão ocorrendo todos os dias, seja a alteração do regime de chuvas, a contaminação de lençóis freáticos por metais pesados, alteração no clima... enfim as conseqüências já começam a aparecer e só tende a piorar, devemos hoje mudar nossa postura em relação ao meio ambiente se quisermos continuando coexistindo em harmonia com a natureza. Leia a noticia abaixo veiculado no seculodiario 27 de maio de 2010.

Dias atrás esteve em São Paulo o ambientalista americano Thomas Lovejoy, 68 anos, consultor do Banco Mundial sobre sustentabilidade e criador do termo “biodiversidade”, que se popularizou a tal ponto que 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Biólogo, ele conheceu profundamente a Amazônia.  No final da década de 1960 morou em Belém do Pará, onde nasceram duas filhas suas.
            Agora, numa palestra para poucos convidados, Lovejoy adiantou o conteúdo do   Terceiro Panorama da Biodiversidade Global (Global Biodiversity Outlook - GB3), relatório a ser lançado oficialmente em outubro pela Convenção sobre a Biodiversidade Biológica (CBD) da ONU. O documento baseia-se em cerca de 500 trabalhos científicos e em relatórios nacionais e cruza dados de outros relatórios, como o Living Planet Index e o Red List Index.  Lovejoy está por dentro porque é o revisor do documento.
            O Terceiro Panorama diz que a meta mundial de redução da perda da biodiversidade para 2010 não foi alcançada. As populações de espécies de vertebrados reduziram-se em quase um terço, em média, entre 1970 e 2006, e continuam caindo globalmente, de forma mais severa nos trópicos e entre espécies de água doce.
Segundo o Panorama, de 1970 a 2006 as áreas de proteção terrestres no mundo aumentaram de 4 milhões para 14 milhões de quilômetros quadrados. Houve também um aumento nas áreas marinhas protegidas mas nem assim se pode comemorar um avanço global.
            Das 11 metas acordadas por governos de todo mundo em 2002 nenhuma foi alcançada globalmente. Houve “algum progresso” na situação das espécies ameaçadas e “progresso significativo” na redução da poluição e de seus impactos sobre a biodiversidade.
            O aumento do consumo não sustentável continua a ser uma grande causa da perda da biodiversidade. Além disso, muitos recursos biológicos que sustentam meios de subsistência, como peixes, mamíferos, aves, anfíbios e plantas medicinais, estão em declínio, afetando as populações mais pobres.
O Terceiro Panorama da Biodiversidade Global considera que as cinco principais pressões que estão causando diretamente a perda da biodiversidade são:

1) as alterações nos ecossistemas e habitats terrestres e aquáticos

2) a super exploração dos recursos naturais

3) a poluição

4) a proliferação de espécies exóticas invasivas

5) as mudanças climáticas provocadas pelo efeito-estufa e o aumento da temperatura
terrestre ao longo século XXI.

            A Amazônia continua sendo o foco das preocupações em terra, mas os cientistas começam a se preocupar com as alterações nos oceanos, cujo aumento da acidez é captado pelos organismos marinhos.  Segundo Lovejoy, os ecossistemas aquáticos não sobreviverão se a temperatura média global subir mais de 2º C e as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera alcançarem as 450 partes por milhão (ppm). Atualmente, a concentração de dióxido de carbono beira os 390 ppm.

Não só Lovejoy, mas vários outros cientistas alertam para as conseqüências que as ações humanas estão gerando na natureza, então se a humanidade quiser garantir as futuras gerações um futuro, deve-se agora no presente praticar ações sustentáveis.
            Existem inúmeras ações sustentáveis que podemos fazer em nosso dia-a-dia, como por exemplo podemos economizar água, podemos economizar energia elétrica, podemos utilizar apenas papeis reciclados, usar garrafas reutilizáveis, separa o lixo, plantar uma arvore por ano... enfim existem muitas ações viáveis, mas antes de recicla o lixo e plantar arvores, devemos reciclar nossas ideias, devemos deixar de lado o consumismo imposto pelos países imperialistas, devemos nos conscientizar que a Terra não pertence apenas a essa  geração, devemos percebe, que as futuras gerações tem todo o direito de não apenas sobreviver, mas também de viver nessa Terra, ou seja antes de querer reciclar 100% do lixo produzido no Brasil, ou replantar a floresta atlântica, devemos nos reciclar, só assim poderemos ter consciência do mal que o homem anda causando no planeta, lembre-se a reciclagem começa por nos.


:::CARTA AO PRESIDENTE BUSH:::

Mia Couto

:::CARTA AO PRESIDENTE BUSH:::
Senhor Presidente:
Sou um escritor de uma nação pobre, um país que já esteve na vossa lista negra. Milhões de moçambicanos desconheciam que mal vos tínhamos feito. Éramos pequenos e pobres: que ameaça poderíamos constituir ? A nossa arma de destruição massiva estava, afinal, virada contra nós: era a fome e a miséria.
Alguns de nós estranharam o critério que levava a que o nosso nome fosse manchado enquanto outras nações beneficiavam da vossa simpatia. Por exemplo, o nosso vizinho - a África do Sul do apartheid - violava de forma flagrante os direitos humanos. Durante décadas fomos vítimas da agressão desse regime. Mas o apartheid mereceu da vossa parte uma atitude mais branda: o chamado "envolvimento positivo". O ANC esteve também na lista negra como uma "organização terrorista!". Estranho critério que levaria a que, anos mais tarde, os taliban e o próprio Bin Laden fossem chamadas de "freedom fighters" por estrategas norte-americanos.
Pois eu, pobre escritor de um pobre país, tive um sonho. Como Martin Luther King certa vez sonhou que a América era uma nação de todos os americanos. Pois sonhei que eu era não um homem mas um país. Sim, um país que não conseguia dormir. Porque vivia sobressaltado por terríveis factos. E esse temor fez com que proclamasse uma exigência. Uma exigência que tinha a ver consigo, Caro Presidente. E eu exigia que os Estados Unidos da América procedessem à eliminação do seu armamento de destruição massiva. Por razão desses terríveis perigos eu exigia mais: que inspectores das Nações Unidas fossem enviados para o vosso país. Que terríveis perigos me alertavam? Que receios o vosso país me inspirava ? Não eram produtos de sonho, infelizmente. Eram factos que alimentavam a minha desconfiança. A lista é tão grande que escolherei apenas alguns:
- Os Estados Unidos foram a única nação do mundo que lançou bombas atómicas sobre outras nações
- O seu país foi a única nação a ser condenada por "uso ilegítimo da força" pelo Tribunal Internacional de Justiça
- Forças americanas treinaram e armaram fundamentalistas islâmicos mais extremistas (incluindo o terrorista Bin Laden) a pretexto de derrubarem os invasores russos no Afeganistão.
- O regime de Saddam Hussein foi apoiado pelos EUA enquanto praticava as piores atrocidades contra os iraquianos (incluindo o gaseamento dos curdos em 1988)
- Como tantos outros dirigentes legítimos, o africano Patrice Lumumba foi assassinado com ajuda da CIA. Depois de preso e torturado e baleado na cabeça o seu corpo foi dissolvido em ácido clorídico.
- Como tantos outros fantoches, Mobutu Sese Seko foi por vossos agentes conduzido ao poder e concedeu facilidades especiais à espionagem americana: o quartel-general da CIA no Zaire tornou-se o maior em África. A ditadura brutal deste zairense não mereceu nenhum reparo dos EUA até que ele deixou de ser conveniente, em 1992
- A invasão de Timor Leste pelos militares indonésios mereceu o apoio dos EUA. Quando as atrocidades foram conhecidas, a resposta da Administração Clinton foi "o assunto é da responsabilidade do governo indonésio e não queremos retirar-lhe essa responsabilidade".
- O vosso país albergou criminosos como Emmanuel Constant um dos líderes mais sanguinários do Taiti cujas forças para-militares massacraram milhares de inocentes. Constant foi julgado à revelia e as novas autoridades solicitaram a sua extradição. O governo americano recusou o pedido.
- Em Agosto de 1998, a força aérea dos EUA bombardeou no Sudão uma fábrica de medicamentos, designada Al-Shifa. Um engano? Não, tratava-se de uma retaliação dos atentados bombistas de Nairobi e Dar-es-Saalam.
- Em Dezembro de 1987, os Estados Unidos foi o único país (junto com Israel) a votar contra uma moção de condenação ao terrorismo internacional. Mesmo assim a moção foi aprovada pelo voto de cento e cinquenta e três países.
- Em 1953, a CIA ajudou a preparar o golpe de Estado contra o Irão na sequência do qual milhares de comunistas do Tudeh foram massacrados. A lista de golpes preparados pela CIA é bem longa.
- Desde a Segunda Guerra Mundial os EUA bombardearam: a China (1945-46), a Coreia e a China (1950-53), a Guatemala (1954), a Indonésia (1958), Cuba (1959-1961), a Guatemala (1960), o Congo (1964), o Peru (1965), o Laos (1961-1973), o Vietname (1961-1973), o Camboja (1969-1970), a Guatemala (1967-1973), Granada (1983), Líbano (1983-1984), a Líbia (1986), Salvador (1980), a Nicarágua (1980), o Irão (1987), o Panamá (1989), o Iraque (1990-2001), o Kuwait (1991), a Somália (1993), a Bósnia (1994-95), o Sudão (1998), o Afeganistão (1998), a Jugoslávia (1999)
- Acções de terrorismo biológico e químico foram postas em pratica pelos EUA: o agente laranja e os desfolhantes no Vietname, o vírus da peste contra Cuba que durante anos devastou a produção suína naquele país.
- O Wall Street Journal publicou um relatório que anunciava que 500 000 crianças vietnamitas nasceram deformadas em consequência da guerra química das forças norte-americanas
Acordei do pesadelo do sono para o pesadelo da realidade. A guerra que o Senhor Presidente teimou em iniciar poderá libertar-nos de um ditador. Mas ficaremos todos mais pobres. Enfrentaremos maiores dificuldades nas nossas já precárias economias e teremos menos esperança num futuro governado pela razão e pela moral. Teremos menos fé na força reguladora das Nações Unidas e das convenções do direito internacional. Estaremos, enfim, mais sós e mais desamparados.
Senhor Presidente:
O Iraque não é Saddam. São 22 milhões de mães e filhos, e de homens que trabalham e sonham como fazem os comuns norte-americanos. Preocupamo-nos com os males do regime de Saddam Hussein que são reais. Mas esquece-se os horrores da primeira guerra do Golfo em que perderam a vida mais de 150 000 homens.
O que está destruindo massivamente os iraquianos não são armas de Saddam. São as sanções que conduziram a uma situação humanitária tão grave que dois coordenadores para ajuda das Nações Unidas (Dennis Halliday e Hans von Sponeck) pediram a demissão em protesto contra essas mesmas sanções. Explicando a razão da sua renúncia, Halliday escreveu: "Estamos destruindo toda uma sociedade. É tão simples e terrível como isso. E isso é ilegal e imoral". Esse sistema de sanções já levou à morte meio milhão de crianças iraquianas.
Mas a guerra contra o Iraque não está para começar. Já começou há muito tempo. Nas zonas de restrição áreea a Norte e Sul do Iraque acontecem continuamente bombardeamentos desde há 12 anos. Acredita-se que 500 iraquianos foram mortos desde 1999. O bombardeamento incluiu o uso massivo de urânio empobrecido (300 toneladas, ou seja 30 vezes mais do que o usado no Kosovo)
Livrar-nos-emos de Saddam. Mas continuaremos prisioneiros da lógica da guerra e da arrogância. Não quero que os meus filhos (nem os seus) vivam dominados pelo fantasma do medo. E que pensem que, para viverem tranquilos, precisam de construir uma fortaleza. E que só estarão seguros quando se tiver que gastar fortunas em armas. Como o seu país que despende 270 000 000 000 000 dólares (duzentos e setenta biliões de dólares). por ano para manter o arsenal de guerra. O senhor bem sabe o que essa soma poderia ajudar a mudar o destino miserável de milhões de seres.
O bispo americano Monsenhor Robert Bowan escreveu-lhe no final do ano passado uma carta intitulada "Porque é que o mundo odeia os EUA ?" O bispo da Igreja católica da Florida é um ex-combatente na guerra do Vietname. Ele sabe o que é a guerra e escreveu: "O senhor reclama que os EUA são alvo do terrorismo porque defendemos a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Que absurdo, Sr. Presidente ! Somos alvos dos terroristas porque, na maior parte do mundo, o nosso governo defendeu a ditadura, a escravidão e a exploração humana. Somos alvos dos terroristas porque somos odiados. E somos odiados porque o nosso governo fez coisas odiosas. Em quantos países agentes do nosso governo depuseram lideres popularmente eleitos substituindo-os por ditadores militares, fantoches desejosos de vender o seu próprio povo às corporações norte-americanas multinacionais ? E o bispo conclui: O povo do Canadá desfruta de democracia, de liberdade e de direitos humanos, assim como o povo da Noruega e da Suécia. Alguma vez o senhor ouviu falar de ataques a embaixadas canadianas, norueguesas ou suecas ? Nós somos odiados não porque praticamos a democracia, a liberdade ou os direitos humanos. Somos odiados porque o nosso governo nega essas coisas ao povos dos países do Terceiro Mundo, cujos recursos são cobiçados pelas nossas multinacionais."
Senhor Presidente:
Sua Excelência parece não necessitar que uma instituição internacional legitime o seu direito de intervenção militar. Ao menos que possamos nós encontrar moral e verdade na sua argumentação. Eu e mais milhões de cidadãos não ficamos convencidos quando o vimos justificar a guerra. Nós preferíamos vê-lo assinar a Convenção de Kyoto para conter o efeito de estufa. Preferíamos tê-lo visto em Durban na Conferência Internacional contra o Racismo.
Não se preocupe, senhor Presidente. A nós, nações pequenas deste mundo, não nos passa pela cabeça exigir a vossa demissão por causa desse apoio que as vossas sucessivas administrações concederam apoio a não menos sucessivos ditadores. A maior ameaça que pesa sobre a América não são armamentos de outros. É o universo de mentira que se criou em redor dos vossos cidadãos. O maior perigo não é o regime de Saddam., nem nenhum outro regime. Mas o sentimento de superioridade que parece animar o seu governo. O seu inimigo principal não está fora. Está dentro dos EUA. Essa guerra só pode ser vencida pelos próprios americanos.
Eu gostaria de poder festejar o derrube de Saddam Hussein. E festejar com todos os americanos. Mas sem hipocrisia, sem argumentação para consumo de diminuídos mentais. Porque nós, caro Presidente Bush, nós, os povos dos países pequenos, temos uma arma de construção massiva: a capacidade de pensar.