domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pura como a areia branca.

Essa é a história da minha vida. Eu nasci em uma pobre aldeia no interior da Angola, eu e minha família sobrevivíamos da pesca e da agricultura de subsistência. A aldeia era muito pequena havia cerca de 20 famílias. As famílias geralmente eram numerosas, mas a minha era pequena. Ela era composta por apenas três pessoas eu, minha irmã Zairah e meu pai Zaki. Minha mãe chamava-se Jamila, entretanto, ela morreu quando eu tinha 8 anos, pouco soube de sua morte, a única coisa do que me lembro e de alguns comentários das velhas lavadeiras que afirmavam que minha mãe fugira para Luanda com um rebelde e fora morta logo quando eclodiu a guerra civil, mas meu pai nunca confirmou essa versão. Acho que ele sempre tentou proteger eu e minha irmã de algo que até hoje não sei o que era. Meu pai sempre foi meu herói éramos muito felizes, ele amava minha irmã e eu, ele era pescador trabalhava arduamente para não faltar o sustento em casa. Meu pai levava minha irmã e eu em suas costas por quase 2 quilômetros até uma escola da ONU, a única escola da região, levava e nos buscava em suas fortes e largas costas, no total ele andava cerca de 4 quilômetros por dia para que nós tivéssemos uma oportunidade. Ele se sacrificava por nós, meu pai sempre dizia que queria que nós estudássemos, pois assim poderíamos ter uma vida melhor, poderíamos ser uma professora ou até uma médica e cuidar dos doentes da aldeia, linda e efêmera ilusão que meu pai sonhara, ele idealizava um futuro para mim e minha irmã quase perfeito, contudo nem tudo ocorre como nós planejamos.
Até hoje me lembro daquela tarde, eu e minha irmã estávamos brincando na beira do mar quando escutamos um barulho estranho, parecia uma marcha de algum exercito, eu fiquei com medo abracei minha irmã, temia que fosse os rebeldes eu sabia do que eles eram capazes, fechei os olhos por um tempo e pensei "isso tudo é um sonho" abri os meus olhos quando senti alguém me levantando, era meu pai que agarrou eu e a Zairah em seus braços para levar até um local seguro. Ele colocou minha irmã e eu dentro de um barco na areia e cobriu com uma lona. Antes que ele fechasse a lona ele me olhou nos olhos, me abraçou e disse "papai lhe ama, não importa o que acontecer quando tiver uma oportunidade corra, corra e não olhe para trás, eu nunca queria que isso tivesse ocorrido, mas confie em mim tudo acabara bem, papai lhe ama". Ele me deu um abraço forte, lágrimas correram de seus olhos, eu nunca tinha visto meu pai chorar antes, e como um último sinal de afeto, como se ele soubesse o que iria acontecer me beijou na testa e disse "pode não ocorrer tudo bem hoje, podem ocorrer coisas ruins com você e sua irmã, mas um dia vai melhorar um dia eu sentirei orgulho de você não importa aonde eu esteja, existe algo superior a tudo isso e a nós, e mais uma coisa filha cuide de sua irmã por mim" essa foi a última vez que ele falou algo para mim. Ele abaixou a lona e saiu correndo para defender a aldeia.
Eu abracei a Zairah e tentei não chorar. Ela estava muito assustada com tudo, não sei quanto tempo passou até começarem os gritos e as súplicas, mas quando começaram eu ignorei apenas fiquei brincando com a areia no fundo do barco, uma areia branquinha, fina e pura. Não sei quanto tempo passei admirando aquela areia, até que escutei uma voz familiar. Era meu pai suplicando por sua vida, eu decidi olhar pelas frestas do barco, o vi apenas de joelhos na areia totalmente ensangüentado A fresta era pequena, então só dava para ver meu pai e duas pernas com uma calça de militar, vi meu pai ser agredido e cair no chão, vi o homem daquelas pernas abaixar-se e gritar com meu pai. Esse homem agarrou meu pai pela camisa, obrigou que meu herói ficasse de joelhos e cabeça baixa como um carneiro no matadouro, então eu decidi levantar minha cabeça e colocá-la um pouco para fora da lona, essa foi a ultima visão que eu tive do meu pai em vida, ele estava ajoelhado na areia quente de cabeça baixa enquanto aquele homem estava com um enorme terçado nas mãos preparando-se para ceifar a vida de meu pai, meus olhos arregalaram, lágrimas corriam, não apenas lágrimas em meus olhos, mas em minha alma. Não queria acreditar naquilo e com um único golpe meu herói teve a cabeça decepada. Sua cabeça rolou pela areia, seu sangue escorreu inundando a areia e manchando-la de sangue, meu coração também foi inundado e manchando, mas foi de tristeza, medo e angústia. Tais sentimentos o cauterizam por algum tempo, o cauterizaram para o amor. Eu senti uma imensa tristeza naquele momento, eu me abaixei e abracei minha irmã com toda a força, ela era muito pequena para entender. Ela era apenas uma inocente criança tinha apenas 5 anos, nova demais para entender o que estava ocorrendo. Enquanto eu a abraçava ela cochichou em meu ouvido "o papai esta bem? escutei uns gritos" eu falei " Zairah o papai..." dei uma pequena pausa para suspirar e engoli o choro e pensar em algo para dizer para minha irmã "...ele apenas esta brincando com uns amigos" essa foi a única resposta que veio em minha mente. A morte de meu pai é uma cena de minha vida que tentei esquecer, mas até hoje ao fechar de meus olhos vejo como se fosse ontem, todo o dia eu me lembro do sofrimento dele por mim, talvez se ele tivesse fugido antes de tentar me salvar e não tivesse tentado proteger a aldeia ele conseguiria se salva.
O tempo passou como uma eternidade dentro daquele barco, queria acordar do que achava ser um pesadelo. Não o sei tempo exato desde que meu pai fora morto até aquele monstro nos encontrar, podem ter sido alguns minutos, mas para mim uma menina de 11 anos pareceu uma eternidade. Um homem cujas mãos estavam sujas de sangue de inocentes, cujo o corpo apresentara diversas cicatrizes, cujo o rosto expressava um macabro e medonho sorriso arrancou a lona e disse "veja o que encontrei aqui dois diamantezinhos puros e inocentes" Eu puxei a Zairah e tentei correr, mas ele agarrou meu braço com força e disse " Aonde as mocinhas pensam que vão? Quero brincar um pouco com vocês" aquele brincar me soou de forma tão medonha eu já sabia o que ele queria e iria fazer, eu pensava que seria diferente, que seria com alguém que eu amasse, mas não. Naquela tarde de verão eu que fora uma areia branca, fina e pura como aquela do fundo do barco, me transformara em mais uma vitima daqueles loucos demônios devoradores de crianças, mulheres e homens tudo em troca de um punhado de prazer e diamantes.
Depois que ele sujou minha inocência me jogou com força contra uma árvore eu cai no chão em prantos enquanto aquele demônio possuía minha pobre e inocente irmã. Eu olhei para o chão e vi uma terra negra e pensei "antes eu era como aquela areia branca, agora sou essa negra e suja areia". Não me lembro de detalhes, mas segui o conselho do meu pai assim que ele largou minha irmã e juntou-se aos outros monstros da carnificina para empalar as cabeças degoladas, agarrei a Zairah e corri floresta a dentro, corri sem olhar para trás. Quando ele percebeu que estávamos fugindo disparou diversas vezes nem um dos projéteis me atingiu, entretanto minha pobre irmãzinha teve a vida ceifada naquele momento. Demorei um tempo para perceber que minha irmã fora alvejada nas costas e já perdera muito de seu precioso sangue, não havia nada que eu pudesse fazer, ela já estava morta, fria como a noite da Angola, sua cor negra viva cedera espaço para uma cor pálida, pálida de morte.
Naquele momento quis morrer, eu não consegui proteger minha irmã eu deveria cuidar dela, entretanto falhei, a vida não fazia sentindo. A promessa do meu pai pareceu que não iria se realizar estava tudo horrível achei a maior utopia do mundo o que meu pai idealizara. Eu pensava comigo, o que eu havia feito para merecer aquilo se eu respeitava meu pai, fazia tudo o que ele mandava, respeitava minha irmã, cuidava dela, por que eu deveria sofrer daquele jeito? Essa é uma pergunta para qual até hoje eu não tenho resposta.
Não me lembro como cheguei até o campo de refugiados talvez tenha isolado essa lembrança em minha mente pelas cenas que vi pelo caminho, mas o que importa é que no acampamento fui acolhida e depois de um mês fui mandada para um orfanato para órfãos de guerra. No orfanato criei algumas amizades como a Zãiba uma adolescente de 15 anos que vivenciou a mesma agressão que eu. Nós conversávamos muito, principalmente sobre a posição da mulher na sociedade africana, um mero objeto de prazer efêmero, nós não nos conformamos com essa situação de fragilidade na qual estávamos inseridas, não apenas no contexto africano, mas no mundo. Eu me revoltava com a ideia que nós mulheres apenas éramos um objeto de prazer e geradoras de filhos, não aceitava e não aceito uma sociedade dividida por sexo, qual a diferença além da anatômica de um homem para uma mulher? Ambos não sentem dor, sofrimento, angústia, medo e amor? Eis um sentimento que por muito tempo eu não tive até o dia que as coisas começaram a mudar.
Em uma tarde de verão igual a aquela na qual minha vida mudou, ela novamente mudaria. Um casal de missionários cristãos estava no orfanato para adotar uma criança, eles se apaixonaram por mim e por minha história desde o primeiro momento e me adotaram. No dia de minha despedida a Zãiba me abraçou e disse que estava muito feliz por mim e esperava a hora de ela ser adotada também, nunca mais vi a Zãiba, dizem que ela fugiu do orfanato e virou uma garota de programa em uma casa noturna de Luanda. Não queria esse fim para uma das poucas pessoas que me escutaram e me amaram.
Fui levada para Europa, aquele casal me tratou como se fosse uma filha de sangue, naquele momento recebi minha segunda família, a primeira fora ceifada por monstros, essa nova está ao meu lado até hoje. Eu passei a estudar nos melhores colégios, fiz medicina e em minha formatura lembrei-me de meu pai que dissera que um dia tudo iria melhorar, eis que eu agora era médica como ele dissera, creio que onde estivesse sentiu-se muito orgulhoso de meu ganho, às vezes algumas utopias tornam-se reais.
Passei a viver minha vida normalmente como qualquer garota na lira de seus 25 anos até que um dia passei mal e fui levada às pressas para um hospital, fizeram diversos exames entre eles o exame ELISA. O diagnóstico por mais duro e cruel que tenha sido chegou em minhas mãos, eu era médica sabia muito bem o que aquela frase significava: soropositivo para HIV, eu adquirir SIDA ou AIDS, o monstro que destruiu minha vida deixou muito que apenas marcas e ferimentos emocionais, ele me condenara a uma vida de enfermidade.
Foi muito difícil aceitar o meu diagnóstico, mas minha segunda família estava lá, me apoiando graças a ela superei e consegui conviver com a doença que até hoje me mata. Pouco tempo depois do diagnóstico fui convidada para trabalhar em um dos melhores hospitais da Holanda. Eis que um dia, o vi e desde o primeiro instante me apaixonei, ele era um cirurgião geral muito inteligente, bonito, educado e simpático. Eu era uma pediatra tentava de toda a força me aproximar dele. Demorei cerca de três meses para alcançar seu coração, mas quando alcancei nos amamos intensamente, ele era perfeito, inteligente, educado, gentil eu sonhara que ele um dia fosse meu marido pai de meus filhos. Nós viajávamos juntos diversas vezes, jantávamos e inúmeras vezes ele afirmou que me amava e não conseguiria viver sem mim, ele afirmava que poderia acontecer tudo que ele sempre continuaria ao meu lado, eu o amava. Ele era o homem de meus sonhos, mas como sempre os sonhos acabam.
O meu sonho acabou quando eu disse a ele sobre minha história e a minha doença. Não pensava que ele teria aquela reação. Eu em minha ingenuidade pensava que o homem que eu idealizara iria compreender, mas não. Tratou-me com repúdio disse que eu era a mais imunda mulher da face da Terra que eu deveria ter morrido naquela tarde, ele com aquelas palavras feriu-me tão profundamente, que se tornara um segundo abuso. Não um abuso físico, mas emocional. Não o culpo totalmente ele é filho de uma sociedade machista e prepotente a qual vive pela aparência e não pela essência, talvez ele até me amasse eu o amava, entretanto, a sociedade não aceitaria eu como nora, talvez ele pensasse no futuro o que todos iam dizer então ele preferiu torna-se um covarde do que assumi um dito problema, aparências apenas disso aparentemente que a humanidade vive. Ele não foi o último nem o primeiro que me discriminou pela minha história e doença, mas não esperava isso dele.
Naquele dia quando cheguei em casa sentei em minha cama e pus-me aos prantos, chorei pelos olhos e pela alma, pensei no mal que homens me fizeram primeiro o monstro da Angola o segundo aquele Dr. dilacerador de corações, eu pensei nas palavras dele, aparentemente ele tinha razão eu era uma areia imunda e manchada, eu não me considerava pura, minha inocência foi tirada aos 11 anos, mais tarde senti repúdio de tal pensamento que por mais que efêmero que fosse quase me custou a vida. Naquele momento eu criara ódio de todos os homens da face da Terra. Respirei fundo e decidi desisti. Peguei o lençol em cima da minha cama subi na mesa, amarrei o lençol no lustre depois passei duas voltas em meu pescoço e dei um nó, respirei fundo fechei os olhos pensei em tudo. Lágrimas corriam feito rios, minha alma transbordava de tristeza eu tinha um nó na garganta, engelhei o rosto segurei a respiração e então pulei da mesa, eu queria fugir desse mundo imperfeito que me discriminava por ser negra, mulher e portadora de HIV. Passei alguns segundos pendurada e então o lustre quebrou-se.
Cai no chão com uma força bruta, minha cabeça ecoava de dor. Eu estava toda ensangüentada, os cristais rasgaram minha pele negra. Em pouco tempo meus segundos pais chegaram e viram meu sangue e minhas lágrimas, eles se desesperaram me tiraram de lá, meu segundo pai me agarrou em seus braços e desceu dois lances de escada, naquele momento lembrei-me de meu primeiro pai o qual acreditou em mim e andava todo o dia 4 quilômetros para me levar até a escola e percebi o quanto fui idiota. Meu pai se sacrificou até o último suspiro por mim semelhante a Cristo naquela rude cruz e eu desprezei todo o amor em mim investido eu rejeitei o amor de três pais. Meu pai levou-me até o seu carro colocou-me no banco de trás e aflito me levou ao hospital, enquanto estava vendo meu pai chorando repensei no ódio que acabara de criar dos homens realmente dois homens me fizeram muito mal, mas em contra partida outros dois foram tudo em minha vida.
Após os curativos uma psicóloga veio conversar comigo eu estava envergonhada, conversei um bom tempo e aquela conversa mudou minha vida. Decidi deixar de ser uma vitima calada sem voz nesse mundo cruel, decidi que era a hora de agir, de gritar, protestar, mostrar ao mundo o tratamento que suas mulheres estavam recebendo. Comecei escrevendo em um blog escrevia artigos de cunho critico denunciando o que ocorria no mundo, da violência física, sexual e emocional que as mulheres sofriam, no início pensei apenas nas mulheres depois percebi que não eram apenas elas que sofriam, mas também as crianças, os velhos, os pobres, os famintos, os homens. O mundo estava sofrendo e eu apenas me importava com um gênero, não estava eu criando mais muros? Nesse momento decidi lutar pelos desfavorecidos, pelos excluídos, não importando o sexo, a cor e a classe social. Eu virara naquele momento uma cidadã do mundo alguém que queria um mundo mais justo e igual.
Juntei recursos e criei uma Ong a o nome dela é defesa da vida, uma defesa não apenas para as mulheres ou homens, mas sim para todos, é impossível criar uma sociedade igualitária se criarmos muros de divisão, não devemos deixar que a condição social, o gênero, uma diferença racial ou até mesmo uma enfermidade vire muros para dividi o homem, não o homem no sentido do Homo Sapiens do sexo masculino, mas a humanidade como um todo. Todos nós sentimos as mesmas coisas medo, tristeza, alegria, fé, esperança, felicidade e AMOR. Esse último demorei um tempo para redescobri, todos nós sofremos, sorrimos e amamos, não importa se somos homens ou mulheres, brancos, negros, asiáticos, índios, se somos favorecidos pelo sistema vigente ou não todos nós somos pessoas devemos nos tratar como tal. Devemos amar uns aos outros, eu tenho uma crença particular e não irei deixar de amar quem não compartilha dela, mas minha crença é essa, eu sou cristã acredito no amor genuíno de Deus por nós e acredito que devemos amar as pessoas não importa as diferenças.
Um dia chegando em casa vi meu antigo namorado com uma menina de no máximo 20 anos ela devia ser tudo o que a sociedade queria era bonita, branca e possuía um certo grau de educação seria a nora perfeita, eu fique olhando para os dois ele percebeu e com um olhar de desprezo virou-se e beijou sua nova namorada, tal ação feriu-me não porque eu ainda o amasse, mas sim porque ele novamente tratou-me com repúdio e desprezo fechei a porta com força e sentei na escada, coloquei as mãos sobre a cabeça, chorei um pouco, depois abaixei as mãos encostei-me na parede e comecei a pensar, pensei em tudo e cheguei a uma conclusão, eu era pura como aquela areia branca do fundo daquele barco eu não estava manchada, não foi por minha vontade, por meu consentimento, foram as circunstância eu não era culpada e deveria de uma vez por todas parar de me culpar, senti naquele momento como se eu retira-se um enorme peso de meus ombros.
Hoje estou aqui contando para vocês nessa conferência internacional em defesa da mulher a minha luta a minha história, mas acho que essa conferência deveria ter outro nome, conferência internacional em defesa do ser humano não importando a raça, o gênero e a condição social, se nós mulheres queremos criar uma sociedade igualitária sem distinções de gênero devemos derrubar todas as barreiras ainda pendentes. Para finalizar quero citar duas frases a primeira é de Martin Luher King '' ... Aprendemos a voar como pássaros e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos .. '', nela podemos perceber que a humanidade conseguiu aprender os mistérios da natureza entre tanto não consegue amar o próximo, a segunda frase é de Bob Marley "Não preciso ter ambições. Só tem uma coisa que eu quero muito: que a humanidade viva unida... negros e brancos todos juntos." .Eu gostaria de ampliá-la, eu sonho com um mundo aonde todas as mulheres e homens não importando se são cristãos, judeus, mulçumanos, ateus, negros, brancos, pardos, asiáticos, índios vivam em união e harmonia... ou seja a humanidade viva unida, podem chamar isso de utopia, mas eu achava utopia que eu um dia chegaria aonde eu cheguei.

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